Filho de José Brizola e Onívia Moura Brizola, pequenos agricultorese criadores, nasce, no planalto gaúcho, na localidade de Cruzinha, distrito do Município de Carazinho, no dia 22 de janeiro de 1922.
Quando tinha um ano, o pai, José Brizola, federalista e maragato, que servia com o General Leonel Rocha, foi emboscado e assassinado pelos adversários políticos.
José Brizola seguia a liderança de um caudilho lendário naqueles pampas, um camponês cuja reputação de bravura vinha dos tempos da Revolução Federalista de 1893, Leonel Rocha. Suas histórias eram recontadas de povoado em povoado. Até as crianças se fascinavam com elas.
Em 1944, faz vestibular para a Faculdade de Engenharia e se classifica em 11º lugar, entre 400 candidatos.
Inicia intensa atividade político-estudantil.
Em agosto de 1945, ingressa no recém-fundado Partido Trabalhista Brasileiro - PTB, onde organiza e preside a Ala Moça do PTB. Diferente da maioria de seus colegas, não se torna comunista nem udenista, define-se pelo trabalhismo porque sua vida dura o identificava com a classe trabalhadora.
Em 1947, no Largo da Prefeitura, em Porto Alegre, foi realizada uma concentração popular para a Constituinte Estadual, com a presença de Getúlio Vargas.
Getúlio apenas observava o desfile de discursos pois era o último a falar. Teve sua atenção despertada por um jovem e pouco conhecido estudante de engenharia, que, com discurso inflamado, tinha facilidade de ser entendido e de conquistar a simpatia popular.
Ali mesmo, Vargas ditou aos dirigentes do PTB no Estado a ordem que veio acompanhada de um prognóstico "Botem ese guri na chapa que ele vai juito longe.".
Elegeu-se Deputado Estadual, nesse ano mesmo formou-se Engenheiro Civil, em 1950 casa-se com Neusa Goulart, irmã de João Goulart e, também nesse ano, concorre, pela segunda vez, a Deputado Estadual e se reelege.
Em 1953, foi convidado pelo Governador Ernesto Dornelles para assumir a Secretaria de Obras Públicas, iniciando sua vida de administrador, consagrando-se com o 1º Plano de Obras, dando ênfase à construção de escolas.
Em 1954, concorre a Deputado Federal, obtendo, a maior votação do RS, ou seja, 103.003 votos.
Polariza o trabalhismo local e, em 1955, numa disputa pela prefeitura de Porto Alegre, obtém vitória contra dois outros candidatos, com a expressiva diferença de mais de 30.000 votos sobre o primeiro.
Na prefeitura, realiza obra de envergadura, alterando profundamente o regime de trabalho, dinâmica moderna e produtiva.
Inaugura uma administração voltada para o atendimento prioritário aos bairros operários, a melhoria do transporte público, o saneamento e a criação de escolas municipais. Suas qualidades de administrador , identificado com os interesses populares claramente aparecem , junto com seu talento de comunicador.
Essas características singulares permitem que, aos 36 anos de idade, dispute o governo do Estado do Rio Grande do Sul e ganhe, por maioria absoluta de votos, em 1958. Como governador, Brizola encarna o nacionalismo e o trabalhismo de Vargas.
Encampa a multinacional Bond and Share que tinha o nome de Companhia Rio-grandense de Energia Elétrica e, em 1962, decreta também, a encampação da Companhia Telefônica Nacional, subsidiária da multinacional ITT (International Telegraph & Telephone).
Criou a Caixa Econômica Estadual, o Banrisul, o BRDE, a Aços Finos Piratini, a Refinaria Alberto Pasqualini, a CEEE, a CRT; construiu 6.300 escolas, a Estrada da Produção, a Ponte sobre o Rio Guaíba; fez a primeira reforma agrária do país, no Banhado do Colégio, em terras da herança de sua esposa. Neusa Goulart Brizola, e liderou, em 1961, o movimento nacional da legalidade, dando posse a João Goulart.
Em 3 de outubro de 1962, elegeu-se Deputado Federal, pelo PTB, do Estado da Guanabara, em 1964 participa do comício da CEntral do Brasil em defesa das Reformas de Base.
No dia 1º de abril de 1964, acontece o golpe militar.
Não tendo mais segurança em Brasília, jango vem para o Rio Grande do Sul acompanhado de grande parte do seu ministério, e é recebido, no aeroporto, pelo General Ladário Telles, comandante do III Exército, acompanhado do então Deputado Federal Leonel Brizola, que conjuntamente quer comandar a resistência e levantar o povo.
Prevaleceu a ponderação de Jango, que decidiu ir para o exílio porque não desejava lançar o povo brasileiro numa guerra civil. Essa posição fez com que rompessem relações durante doze anos.
Leonel Brizola tem seu mandato cassado e seus direitos políticos suspensos com base no Ato Institucional nº 2 e não lhe resta outra alternativa a não ser partir para o exílio.
A reconciliação somente ocorreu em 1976, poucos meses antes de Jango ser acometido de um enfarte.
No exílio Brizola prosseguiu no esforço de organizar a luta armada contra a ditadura militar, mas esta se consolidou, tornando inviável aquela estartégia de luta.
Mesmo isolado no pampa uruguaio, seu prestígio político é tão grande que a ditadura militar obrigou os governantes uruguaios a expulsá-lo em 1977.
Surpreendentemente, Brizola que era tido como principal adversário político dos norte-americanos, na América do Sul, procurou a embaixada dos Estados Unidos, solicitou e alcançou o apoio do Presidente Carter - defensor dos direitos humanos - na qualidade de dissidente político perseguido pelo militarismo brasileiro.
Aproxima-se da Internacional Socialista através de Mário Soares, Presidente do então Partido Socialista Português, sendo recebido na qualidade de eminente estadista por governantes europeus como François Miterrand, Olan Palm e Willy Brandt.
Em junho de 1979, Brizola realiza, em Lisboa, um encontro de trabalhistas e socialistas brasileiros com o propósito de fazer renascer o PTB, com uma plataforma socialista democrática, então, a Carta de Lisboa, com os princípios programáticos que deveriam reger o novo PTB, assentados na representação popular, no pluripartidarismo, no nacionalismo getuliano, no sindicalismo moderno e no desenvolvimento capitalista, orientado pelo Estado. No dia 06 de setembro de 1979, volta pela cidade de Foz do iguaçu e, no dia 7 de setembro, é recebido por milhares de trabalhistas em São Borja.
Com o retorno, estabelece-se uma acirrada disputa pela legenda PTB entre Ivete Vargas e Leonel Brizola. A Deputada Ivete Vargas, com a colaboração do Chefe da Casa Civil do Presidente Figueiredo, Golbery do Couto e Silva, ganha na Justiça o comando da sigla PTB.
Sob a liderança de Brizola, as principais expressões do trabalhismo fundam o Partido Democrático Trabalhista - PDT, em 6 de junho de 1980.
Em 1982, concorre ao Governo do Rio de Janeiro e vence, com forte apoio popular, contra imensos interesses postos em prática e que ameaçaram sua vitória em razão da fraude batizada como "escândalo PROCONSULT".
Reiventa a escola primária na forma dos Centros Integrados de Educação Pública - CIPEs, constrói o Sambódromo, promove a reforma administrativa com a implantação do caixa único, constrói milhares de casas populares e urbaniza dezenas de favelas, relando verdadeira revolução administrativa.
Em 1990, concorre novamente ao Governo do Rio de Janeiro e ganha outra vez, com 3.523.000 votos. A fama de tocador de obras aparece com toda a força. Ultrapassa nesse período a meta de 500 CIEPs, inclusive 40 com piscinas olímpicas para os alunos e abertas às comunidades.
Cria a Universidade Estadual do Norte Fluminense, que funciona como centro de pesquisas de alto nível.
Constrói Centros Comunitários de Defesa da Cidadania, a Delegacia do Turista, Delegacias da Mulher e a Delegacia Anti-racismo.
Para Brizola todo cidadão tem direito a um pedaço de terra, seja no campo ou na cidade, por isso assenta 90.000 famílias no Rio, em comunidades rurais ou urbanas.
Através do Projeto Paraíso, registra a criação do maior número de micro e pequenas empresas do país que geram milhares de empregos.
Consegue o maior financiamento da história do Rio para despoluir a Baía de Guanabara. Concretiza a Linha Vermelha, via que liga a Zona Sul ao Centro do Rio de Janeiro.
Brizola termina o segundo governo do Rio, deixando o Estado na melhor condição econômica do país, na frente, inclusive, de São Paulo, fato que teve pouca divulgação e somente mencionado pela FIERJ.
(fontes Trabalhistas - Autor Agenor Basso)
Quando tinha um ano, o pai, José Brizola, federalista e maragato, que servia com o General Leonel Rocha, foi emboscado e assassinado pelos adversários políticos.
José Brizola seguia a liderança de um caudilho lendário naqueles pampas, um camponês cuja reputação de bravura vinha dos tempos da Revolução Federalista de 1893, Leonel Rocha. Suas histórias eram recontadas de povoado em povoado. Até as crianças se fascinavam com elas.
Em 1944, faz vestibular para a Faculdade de Engenharia e se classifica em 11º lugar, entre 400 candidatos.
Inicia intensa atividade político-estudantil.
Em agosto de 1945, ingressa no recém-fundado Partido Trabalhista Brasileiro - PTB, onde organiza e preside a Ala Moça do PTB. Diferente da maioria de seus colegas, não se torna comunista nem udenista, define-se pelo trabalhismo porque sua vida dura o identificava com a classe trabalhadora.
Em 1947, no Largo da Prefeitura, em Porto Alegre, foi realizada uma concentração popular para a Constituinte Estadual, com a presença de Getúlio Vargas.
Getúlio apenas observava o desfile de discursos pois era o último a falar. Teve sua atenção despertada por um jovem e pouco conhecido estudante de engenharia, que, com discurso inflamado, tinha facilidade de ser entendido e de conquistar a simpatia popular.
Ali mesmo, Vargas ditou aos dirigentes do PTB no Estado a ordem que veio acompanhada de um prognóstico "Botem ese guri na chapa que ele vai juito longe.".
Elegeu-se Deputado Estadual, nesse ano mesmo formou-se Engenheiro Civil, em 1950 casa-se com Neusa Goulart, irmã de João Goulart e, também nesse ano, concorre, pela segunda vez, a Deputado Estadual e se reelege.
Em 1953, foi convidado pelo Governador Ernesto Dornelles para assumir a Secretaria de Obras Públicas, iniciando sua vida de administrador, consagrando-se com o 1º Plano de Obras, dando ênfase à construção de escolas.
Em 1954, concorre a Deputado Federal, obtendo, a maior votação do RS, ou seja, 103.003 votos.
Polariza o trabalhismo local e, em 1955, numa disputa pela prefeitura de Porto Alegre, obtém vitória contra dois outros candidatos, com a expressiva diferença de mais de 30.000 votos sobre o primeiro.
Na prefeitura, realiza obra de envergadura, alterando profundamente o regime de trabalho, dinâmica moderna e produtiva.
Inaugura uma administração voltada para o atendimento prioritário aos bairros operários, a melhoria do transporte público, o saneamento e a criação de escolas municipais. Suas qualidades de administrador , identificado com os interesses populares claramente aparecem , junto com seu talento de comunicador.
Essas características singulares permitem que, aos 36 anos de idade, dispute o governo do Estado do Rio Grande do Sul e ganhe, por maioria absoluta de votos, em 1958. Como governador, Brizola encarna o nacionalismo e o trabalhismo de Vargas.
Encampa a multinacional Bond and Share que tinha o nome de Companhia Rio-grandense de Energia Elétrica e, em 1962, decreta também, a encampação da Companhia Telefônica Nacional, subsidiária da multinacional ITT (International Telegraph & Telephone).
Criou a Caixa Econômica Estadual, o Banrisul, o BRDE, a Aços Finos Piratini, a Refinaria Alberto Pasqualini, a CEEE, a CRT; construiu 6.300 escolas, a Estrada da Produção, a Ponte sobre o Rio Guaíba; fez a primeira reforma agrária do país, no Banhado do Colégio, em terras da herança de sua esposa. Neusa Goulart Brizola, e liderou, em 1961, o movimento nacional da legalidade, dando posse a João Goulart.
Em 3 de outubro de 1962, elegeu-se Deputado Federal, pelo PTB, do Estado da Guanabara, em 1964 participa do comício da CEntral do Brasil em defesa das Reformas de Base.
No dia 1º de abril de 1964, acontece o golpe militar.
Não tendo mais segurança em Brasília, jango vem para o Rio Grande do Sul acompanhado de grande parte do seu ministério, e é recebido, no aeroporto, pelo General Ladário Telles, comandante do III Exército, acompanhado do então Deputado Federal Leonel Brizola, que conjuntamente quer comandar a resistência e levantar o povo.
Prevaleceu a ponderação de Jango, que decidiu ir para o exílio porque não desejava lançar o povo brasileiro numa guerra civil. Essa posição fez com que rompessem relações durante doze anos.
Leonel Brizola tem seu mandato cassado e seus direitos políticos suspensos com base no Ato Institucional nº 2 e não lhe resta outra alternativa a não ser partir para o exílio.
A reconciliação somente ocorreu em 1976, poucos meses antes de Jango ser acometido de um enfarte.
No exílio Brizola prosseguiu no esforço de organizar a luta armada contra a ditadura militar, mas esta se consolidou, tornando inviável aquela estartégia de luta.
Mesmo isolado no pampa uruguaio, seu prestígio político é tão grande que a ditadura militar obrigou os governantes uruguaios a expulsá-lo em 1977.
Surpreendentemente, Brizola que era tido como principal adversário político dos norte-americanos, na América do Sul, procurou a embaixada dos Estados Unidos, solicitou e alcançou o apoio do Presidente Carter - defensor dos direitos humanos - na qualidade de dissidente político perseguido pelo militarismo brasileiro.
Aproxima-se da Internacional Socialista através de Mário Soares, Presidente do então Partido Socialista Português, sendo recebido na qualidade de eminente estadista por governantes europeus como François Miterrand, Olan Palm e Willy Brandt.
Em junho de 1979, Brizola realiza, em Lisboa, um encontro de trabalhistas e socialistas brasileiros com o propósito de fazer renascer o PTB, com uma plataforma socialista democrática, então, a Carta de Lisboa, com os princípios programáticos que deveriam reger o novo PTB, assentados na representação popular, no pluripartidarismo, no nacionalismo getuliano, no sindicalismo moderno e no desenvolvimento capitalista, orientado pelo Estado. No dia 06 de setembro de 1979, volta pela cidade de Foz do iguaçu e, no dia 7 de setembro, é recebido por milhares de trabalhistas em São Borja.
Com o retorno, estabelece-se uma acirrada disputa pela legenda PTB entre Ivete Vargas e Leonel Brizola. A Deputada Ivete Vargas, com a colaboração do Chefe da Casa Civil do Presidente Figueiredo, Golbery do Couto e Silva, ganha na Justiça o comando da sigla PTB.
Sob a liderança de Brizola, as principais expressões do trabalhismo fundam o Partido Democrático Trabalhista - PDT, em 6 de junho de 1980.
Em 1982, concorre ao Governo do Rio de Janeiro e vence, com forte apoio popular, contra imensos interesses postos em prática e que ameaçaram sua vitória em razão da fraude batizada como "escândalo PROCONSULT".
Reiventa a escola primária na forma dos Centros Integrados de Educação Pública - CIPEs, constrói o Sambódromo, promove a reforma administrativa com a implantação do caixa único, constrói milhares de casas populares e urbaniza dezenas de favelas, relando verdadeira revolução administrativa.
Em 1990, concorre novamente ao Governo do Rio de Janeiro e ganha outra vez, com 3.523.000 votos. A fama de tocador de obras aparece com toda a força. Ultrapassa nesse período a meta de 500 CIEPs, inclusive 40 com piscinas olímpicas para os alunos e abertas às comunidades.
Cria a Universidade Estadual do Norte Fluminense, que funciona como centro de pesquisas de alto nível.
Constrói Centros Comunitários de Defesa da Cidadania, a Delegacia do Turista, Delegacias da Mulher e a Delegacia Anti-racismo.
Para Brizola todo cidadão tem direito a um pedaço de terra, seja no campo ou na cidade, por isso assenta 90.000 famílias no Rio, em comunidades rurais ou urbanas.
Através do Projeto Paraíso, registra a criação do maior número de micro e pequenas empresas do país que geram milhares de empregos.
Consegue o maior financiamento da história do Rio para despoluir a Baía de Guanabara. Concretiza a Linha Vermelha, via que liga a Zona Sul ao Centro do Rio de Janeiro.
Brizola termina o segundo governo do Rio, deixando o Estado na melhor condição econômica do país, na frente, inclusive, de São Paulo, fato que teve pouca divulgação e somente mencionado pela FIERJ.
(fontes Trabalhistas - Autor Agenor Basso)
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