domingo, 21 de fevereiro de 2010

Deu na Coluna de Paulo Queiroz

PDT de Porto Velho exige de Acir Gurgacz que assuma candidatura ao governo

Política em Três Tempos -Por Paulo Queiroz

1 – PDT DA CAPITAL Eu, hein? Como dizia o sábio chinês Tao Te Ching (604 a. C a 517 a. C): “Há sempre o risco de se acertar o próprio pé quando se atira para baixo”. Possivelmente inspirados em algo assim os integrantes do Diretório Municipal do PDT de Porto Velho, sob o comando do experiente professor Mário Jorge, ex-vereador e sindicalista de boa cepa, decidiram que, daqui por diante e até onde depender dos pedetistas porto-velhenses, a agremiação em Rondônia só vai caminhar olhando cada vez mais para frente e avançando sempre para o alto. Vai daí que, desde quinta-feira passada (18), o que vinha sendo ecoado apenas por intermédio de rumores, agora é oficial: o PDT da capital não abre mão de uma candidatura própria o governo rondoniense nas eleições de outubro. Ocorrida a partir das 18h na Câmara de Vereadores da capital, a reunião desta quinta-feira do PDT porto-velhense deliberou que, entre outras questões que adiante se relatará, vai encaminhar formalmente ao senador Acir Gurgacz, hoje seguramente o maior eleitor do PDT em Rondônia, um documento convocando-o para comandar o palanque da agremiação no processo sucessório do Palácio Presidente Vargas. Para Mário Jorge e seus companheiros de partido em Porto Velho, esta é a única solução capaz de oferecer reais chances de sucesso aos numerosos pedetistas que estão postulando as candidaturas da legenda a todos os cargos que estarão sendo disputados em 2010. Para se ter uma idéia, como há interessados no interior, já se espera uma primeira disputa interna, porque só em Porto Velho já há duas postulações para as candidaturas de senador - Ruy Motta (titular da Superintendência do Trabalho) e José Alves (presidente da Confederação Nacional dos Garimpeiros). Há ainda duas para deputado federal – Marina Gomes (presidente da Colônia dos Pescadores) e Celso Gomes (apresentador de Televisão e redator da Assessoria de Comunicação do Tribunal Regional do Trabalho) -, além de mais de uma dezena de pretendentes às candidaturas de deputado estadual.


2 – CENÁRIO PULVERIZADO Considerando que a maior parte da nominata pedetista demandará do interior, não há como tergiversar sobre a candidatura própria, raciocina Mario Jorge. Comandado pelo senador Acir Gurgacz, o projeto pedetista, segundo o dirigente porto-velhense, tem tudo para atrair outras agremiações para o seu palanque e, assim, se apresentar ao eleitorado para disputar o poder local de igual para igual com os demais concorrentes – principalmente se materializadas as propostas que atualmente estão sendo cogitadas. Eis que, no momento, há pelos menos mais quatro pré-candidaturas ativa e intensamente empenhadas em consolidar-se junto aos eleitores, a ponto de estas providências estarem na iminência de descambar para atividades de campanha eleitoral antecipada – se é que algo assim já não esteja ocorrendo. No âmbito situacionista, o governador Ivo Cassol (PP) não dá sinais de que possa ceder um milímetro na intenção de fazer do vice João Cahulla (PPS) o candidato oficial à sua sucessão. Por seu turno, profundamente identificado com Cassol e absolutamente impossibilitado atenuar essa associação até se quisesse, o ex-senador Expedito Júnior (PSDB) não tem porque pensar em recuar no propósito de disputar o governo. Como se não bastasse a determinação como marca registrada, aparece no topo de todas as sondagens eleitorais realizadas até aqui. No campo oposicionista, o prefeito Confúcio Moura (PMDB-Ariquemes) é – e aqui entre todos os pretendentes ao cargo de todos os matizes – o que foi mais longe em termos de compromissos junto ao eleitorado: é o único que teve a sua pré-candidatura deliberada por uma prévia partidária, tornado-se depositário antecipado de esperanças públicas legitimado pela manifestação de uma vontade coletiva. Por fim, mas não menos importante, tem o deputado federal Eduardo Valverde (PT). Este, a par das suas qualidades, acaba de ser abençoado pela mandinga cutista segundo a qual bastará Lula e Dilma pedirem para torná-lo o candidato mais votado. Desistir? Nem a pau.


3 – NOVO MOMENTO Sem falar numa sempre possível candidatura José Bianco (DEM) – até porque jamais descartada pelo ex-deputado, ex-senador, ex-governador e pela terceira vez prefeito de Ji-Paraná – e na irretratável postulação do PSOL, desta vez capitaneada pela ex-juíza, professora universitária e empresária Rosângela Cipriano dos Santos. Num cenário assim pulverizado, onde a imponderabilidade tem espaço superlativamente dilatado, a possibilidade de chegar ao segundo turno fica ao alcance de algumas pernadas para uma candidatura pilotada por alguém que, como o senador Acir Gurgacz, já conseguiu ser eleito prefeito de uma Ji-Paraná e depois emplacou votações capazes de suplantar lideranças como Mauro Nazif (PSB) e Ernandes Amorim (PTB) – 2002 - ou acima dos 210 mil votos (2006). Por isso, não se surpreenda o leitor quando Mario Jorge vier a público para explicitar essa consígnia do Diretório do PDT de Porto Velho utilizando a palavra “exigência”. Foi nestes termos que a questão foi tratada na reunião de quinta-feira: os pedetistas da Capital vão “exigir” do senador Acir Gurgacz que se coloque à disposição e a serviço do partido para comandar seu palanque na campanha de 2010. Em qualquer hipótese, conforme Mario Jorge, a participação do PDT na eleição de outubro com candidatura própria será de uma importância incomensurável no sentido de preparar a legenda para as disputas de 2012, notadamente na Capital. Entre as tarefas delineadas como prioritárias em busca desse objetivo está a de fortalecer a independência do Diretório, mormente a financeira. Nesse sentido, com base estatutária, baixou-se uma resolução decretando que todo filiado em cargo comissionado passe a contribuir com 10% da remuneração (se acima de 15 salários mínimos) ou 5% nos demais casos. Além de uma sede para o órgão, o Diretório vai investir pesadamente na preparação dos seus quadros, com a realização de seminários e a formação política continuada. Segundo Mário Jorge, este é, para o PDT, um “novo momento”. A ver.

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